domingo, 26 de agosto de 2012

Segunda-feira, meu bem, como defender-te depois de um Domingo como este?

São tantas as atribulações do dia-a-dia... Correria, compromissos... A vida não para e você vai sendo levado pela maré. Você até pensa em parar, em se rebelar, em dizer "chega, quero um tempo pra mim!". Mas a responsabilidade fala mais alto e você acaba se consolando com o fato de haver um final de semana à vista e que lá, durante aqueles três dias mágicos, você poderá fazer tudo o que lhe vem "às ventas", como diria minha mãe.
Chega o final de semana e temos a grande possibilidade de não fazer nada. Absolutamente nada! Para alguns, isso é bem verdade. Para outros, nem tanto. Estes últimos estão presos demais às convenções para se darem ao desplante de não fazer nada nos dias dedicados à balada, à praia, à diversão. São tantas opções que fica difícil escolher o que realmente vai fazer nesses três dias preciosos: começamos com um barzinho na sexta, seguido de festa no sábado, encerrando com a deliciosa praia no Domingo se levamos em conta o contexto aqui de Fortaleza, isso sem levarmos em consideração os cinemas e shoppings espalhados pela cidade!
Tanta coisa para ver e tanta coisa para fazer que... Opa?! Mas não é justamente por ter tanta coisa para ver e tanta coisa para fazer que você espera tão ansiosamente pelo final de semana?! Pois é! Ah, mas as coisas que farei no meu final de semana serão para o meu prazer, não estarei cumprindo obrigações... Será que não mesmo? Carpe diem deixou de ser opção e passou a ser quase uma obrigação. Se você não aproveita loucamente seus dias, você não sabe o que é viver...
Tenho a sensação de que muitas pessoas já esqueceram ou simplesmente nunca foram apresentadas à verdadeira essência do final de semana. Eu mesma me esqueço disso às vezes! Só percebendo meu erro quando dou de cara com a temível Segunda-feira. Poxa, se até Deus descansou no sétimo dia, por que eu não posso me dar esse direito?! Por que tenho que andar por aí quando poderia estar quietinha na minha casa, conversando com as pessoas que na semana às vezes não tenho tempo de conversar, fazendo coisas que geralmente não me deixam fazer como o próprio "não fazer"?!
Nossa que pessoa mais velha essa! Talvez! Mas quantas e quantas vezes programei uma praia no Domingo e simplesmente não fui pelo simples prazer de poder acordar mais tarde e ficar de bobeira na cama, brincando, conversando... Meu Domingo virou meu sagrado! Só faço os programinhas básicos e olhe lá! Nada se compara ao apelo irresistível de minha cama e aos chamegos da família. A Segunda-feira, coitada, continua não tão bem vista, mas não porque eu esteja cansada demais para enfrentar a semana que se inicia, e sim porque a preguiça boa do Domingo insiste em não querer me largar!

sábado, 25 de agosto de 2012

E o caos se faz necessário...


Por que será que existe uma distância tão grande entre o dizer e o fazer?

Perguntinha pesada essa, hein?! Mas por que mesmo essa e a tônica das relações humanas? Quem nunca disse uma coisa e fez outra que atire a primeira pedra!
Seria tudo tão simples se nos comportássemos como manda a lógica das coisas... Mas qual é a lógica das coisa? Você sabe? Eu, muitas vezes, não sei... Fico mais perdida que cego em tiroteio! Preciso de norte... Mas quem é que pode me dar um norte além de mim mesma? Quem poderá me salvar? Só se for "eu, o Chapolin Colorado!"


domingo, 19 de agosto de 2012

Livros e mais livros


Uma das minhas grandes paixões são os livros. Desde criança, era fascinada por estas pequenas passagens para o paraíso.
Tudo começou com a minha avó. Existe coisa mais fantástica do que a casa da avó da gente? Para mim, aquilo era meu mundo encantado, onde eu podia fazer tudo, ou quase tudo!
Pois bem! Minha avó era professora e sua casa era cheia de livros. Havia, no entanto, uma estante especial cheia de livros que ficava no último e mais tenebroso quarto da casa. Era uma verdadeira aventura entrar naquele quarto, especialmente quando os adultos estavam todos na sala ou na calçada conversando. Na estante, que existe até hoje, encontrávamos vários títulos da literatura brasileira, outros sobre contabilidade, alguns de história, livros didáticos e alguns gibis. Muitas vezes pegávamos alguns dos livros para "estudar" quando brincávamos de escolinha na garagem da casa. Era tudo tão bom!!!
Mesmo não sabendo com precisão o propósito de alguns daqueles livros, todas as netas sabiam que eles eram importantes. À medida que fui crescendo e me inteirando mais da importância dos livros, voltava ao mesmo quarto para ver se ali tinha algum título mencionado na escola quando comecei a ver literatura na escola. E encontrei! Na minha oitava série, eu acho, li parte de "O primo Basílio" de Eça de Queiroz, e, entre uma explicação e outra, minha professora mencionou um outro livro de Eça que até havia sido proibido pela Igreja Católica: "O crime do Padre Amaro". Pois não é que na estante da minha avó tinha justamente esse livro?! Da minha avó, católica praticante?! Achei uma deliciosa audácia encontrar aquele livro ali diante de toda a história que havia por trás dele e pelo contexto católico em que a minha família se encontrava. Em nenhum momento parei para pensar que a proibição daquele livro já não existia mais e que seu conteúdo nem era mais tão chocante assim. Para a minha imaginação de adolescente de 14 anos, o que interessava era que eu tinha em mãos um livro muitíssimo suspeito e que poucas pessoas do meu círculo provavelmente jamais o leriam.
A partir de então, passei a ir ao quartinho com mais frequência e aquele virou meu segredinho. Li o livro inteirinho e me senti a mais subversiva e poderosa das criaturas, simplesmente por poder absorver aquele livro sem que ninguém soubesse. Era apenas eu e o livro, mas era como se eu não estivesse ali nem tampouco sozinha: estava profundamente mergulhada no universo das personagens. De repente, tinha uma vida paralela a minha!
E ler, pra mim, virou isso. Virou a possibilidade de viajar sem sair do lugar. Virou a possibilidade de me encontrar em outros personagens e com eles. Virou a minha forma de transcender a minha própria realidade e de aprender com os diversos universos paralelos que eu criava para mim enquanto lia um novo livro!
É... Acho que vou ali pegar um livro...

sábado, 18 de agosto de 2012

E a vida é...


"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria
aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta
O que ela quer da gente é coragem..."
                               Guimarães Rosa. 



As palavras do poeta já dizem tudo... Coragem! Coragem! Coragem!

Seja mais esperto!

Época de eleição... Quer coisinha mais chata que essa? Estou pra ver uma época em que os ânimos ficam mais à flor da pele como esta! As discussões ficam acaloradas, as propagandas se tornam um tédio só, os jingles... Meu Deus, o que são os esses jingles!!! A irritação geral é grande e as promessas de um futuro, ou melhor, de uma cidade melhor são ainda maiores.
Mas, apesar desse clima tão desfavorável, é preciso não desanimar. Não podemos nos entregar à passividade de todas as eleições! É preciso discutir ideias, cobrar dos candidatos e, principalmente, se informar a respeito dele.
Mas atenção! Quando digo se informar sobre o candidato não é saber se ele é um "bom rapaz" ou se já "ajudou" alguém da sua família ou amigo! Não, meu povo! A gente tem de saber se ele já fez alguma coisa pela comunidade que ele deseja representar. E se ele já for daqueles políticos de carteirinha (aquela figurinha certa no álbum da câmara, assembleia ou coisa que o valha), a atenção deve ser redobrada! Será que manter o dito cujo no poder vai fazer com que as coisas melhorem?! Falo isso, porque eu não sei de ninguém contente com a coisa do jeito que está!
Muitos dizem que "político não é gente", pois eu digo que são! Acredito que eles passam a não ser "gente" quando percebem que quem neles votou nem sequer se lembra desse fato e que, portanto, ele vai poder passar os quatro anos de seu mandato tranquilo fazendo aquilo que ele e sua patota bem entendem, pois não tem ninguém a quem prestar contas a não ser para eles mesmos.
Está na hora de sermos menos passivos e mais espertos. Não podemos nos deixar levar por agrados em época de campanha, tampouco por pesquisas encomendadas. Já vi muitas pessoas demonstrando a intenção de votar em uma pessoa que eles acreditam ser responsável, mas que, no final das contas, votam em outro candidato, porque acham que esse último tem mais chances de ganhar do que o outro. É como se não gostássemos de "perder" o nosso voto! No entanto, acabamos por perder sempre: perdemos a auto-estima, a paciência, a voz! Seguimos a vida alheios ao que se passa na vida política de nossa cidade, até que aconteçam novas eleições, amém!
Já chega, né! Acho que já passou mais do que da hora desse negócio de "maria vai com as outras"! Tenho consciência de que muitas pessoas só votam porque são obrigadas e que muitas delas (acho que todos nós) não fomos educados para isso, mas se é assim, temos que, pelo menos, fazer com que essa obrigação valha a pena!

Então decidi escrever.

Dilemas... Sempre os dilemas... Quem nunca e viu diante de um não pode dizer que tem vivido o bastante! Pois bem, estava eu muitíssimo feliz com minha vida pacata, mas uma pessoa de quem muito gosto decidiu me cutucar e instalar em mim o verme da dúvida. "Por que você não escreve?", ela perguntou. E eu fiquei pensando: "Sim, por que eu não escrevo?"
E, de repente, meus medos e inseguranças afloraram completamente. O que faço? Essa pessoa tem razão? E se não gostarem  do que escrevo? Preciso eu de aceitação ou farei isso pelo meu prazer? E se eu realmente decidir que passarei a escrever diariamente, quais serão os temas dos meus escritos: política, religião, família, educação, ou tudo isso e mais um pouquinho?
Sempre tive imensa admiração pelos escritores porque não é fácil escrever. Ao realizarmos essa tarefa, estamos, na verdade, nos despindo de toda a nossa proteção do dia-a-dia. Não existe nada que mostre mais o que uma pessoa é do que a forma como a mesma se expressa diante da escrita. Muito de nossa personalidade acaba refletida no que escrevemos. Outro ponto extremamente delicado é o fato de que toda escrita é de fato um documento, uma prova contra ou a seu favor.
E será mesmo que eu quero deixar rastros por aí e permitir que as pessoas me conheçam e façam julgamentos sobre mim a partir do que eu escrevo? Será que eu devo correr esse risco?
Parece que eu não me dei alternativas e tampouco sucumbi ao medo, não é mesmo?!
Medos, dúvidas, angústias sempre existirão, mas eu decidi me dar um voto de confiança, pois tenho muito prazer ao brincar com as danadas das palavras. As mesmas palavras que revelam e escondem sentidos, que somem e aparecem de nossas mentes como num passe de mágica, que ora são sérias e precisas, ora se entregam à mais completa vadiagem!
Escrever pode ser um jogo muito perigoso, no qual eu posso me queimar... No que isso vai dar? Eu ainda não sei, mas desconfio de muita coisa...